quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Aqui Oscar, anda. Oscar...Eh, Oscar! Vem cá! Deixa lá o raio do velho!

1ª quarta + falta de informação = 1 sketche. A equação do sucesso não é provavelmente esta, mas se existe, muitas semelhanças deve ter. Talvez haja sucesso há quarta, quem sabe?

Estamos certos que todos os entendidos em cozinha tradicional repararão na clara relação deste sketche com o tema do nosso trabalho. Se assim for, por favor, esclareçam-nos. Esperamos que gostem.




Actores:

Ricardo Salvé-Rainha

Tiago Gonçalves


Realizadores: André Pires / Gonçalo Guerreiro / Pedro Faleiro

Cameraman: Pedro Faleiro

Edição: André Pires / Pedro Faleiro / Tiago Gonçalves


Até já.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Recortes e outras cenas

Ahh sim? Pois olhe, #%*?§ para si também!
Estávamos hoje na aula a fazer qualquer coisa, quando nos lembrámos e gritámos em coro uníssono: “Quantos recortes conseguiremos obter dos jornais da escola que tratem do desemprego e barra ou outros aspectos económicos do Algarve?”. Entrelaçámos as mãos e continuámos a cantiga aos saltitos até à biblioteca. Aqui ficam os resultados:


Ps: note-se que certo e determinado recorte nada tem a ver com a orientação sexual dos elementos do grupo. Ou talvez tenha. Já agora, vale a pena pensar nisto.

Até quarta.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Stick

O carnaval já passou. Ou talvez não, tendo em conta certas personagens que ainda andam por aí.
Olá. Temos hoje mais uma entrevista a um comerciante local, desta vez a Casa Stick ( a mais próxima do Cinema ), um estabelecimento de renome na localidade de Tavira. A entrevista é datada de um dia qualquer num mês que pode ser Novembro:

G- Grupo ______ C- Comerciante ______ [ ... ] - comentários do grupo


G – Olá bom dia.

C – Ora então como vão?

G - Vamos bem obrigado. E a família como está?

C – Tudo em cima, graças a Deus.

G – Isso é que é preciso.

[ percebe-se que esta conversa nunca ocorreu e tivemos sorte em não termos sido recebidos à estalada pois, verdade seja dita, até o merecíamos ]

G - O que acha da situação actual do comércio local?

C - O que é que eu acho? Eu acho que o comércio local não está fácil e precisava de ser mais dinamizado. [ Isto de começar com observações repletas de perspicácia é capaz de pegar ]

G - Pela Câmara?

C - Epá por tudo e todos. Não podemos estar à espera que seja só a Câmara a fazer as coisas. Isto é assim, nós também temos que fazer. Podia era ser tudo muito mais facilitado porque o comércio neste momento vive sobre uma grande pressão.

G – Nalgum sector em especial?

C - Em tudo. Em termos de licenças, em termos daquilo que se pode fazer e que não se pode fazer. Neste momento, por vezes penso duas vezes se vale a pena ou não trabalhar por conta própria.

G - Pois. Como é sabido, a casa Stick já fez várias remodelações. Tem compensado?

C -Tem, tem compensado. Tem de se investir. De x em x anos tem sempre de se investir. Quando eu faço aqui uma remodelação, esta passa a ser a nova. Quando se fala, dizem a nova. Se eu fizer passado dois anos uma remodelação daquele lado ( Casa Stick junto aos correios ), passa a ser aquela a nova. Eu acho que tem que haver sempre, não digo de dois em dois anos porque isto de dois em dois anos não dá, mas de x em x tempo uma remodelação do espaço.

G - Só por ser a casa nova tem outro ar…

C - Exactamente. Por haver alguma coisa diferente, é como se fosse novo.

G - E com isso as coisas estão a melhorar ou..?

C - Estão a melhorar…? A melhorar não estão.

G - Mas estão melhores do que já foram?

C - Não. Melhores do que já foram não.

G - Já teve dias piores?

C - Não. Acho que não. Este verão foi o pior verão dos últimos 5 anos.

G – Humm.

C - Mas não posso dizer que foi negativo.

G - O verão continua a ser a época onde vale a pena estar aberto.

C – Sim. Mas neste ramo do vestuário e de calçado é muito complicado porque é assim, nós temos colecções. Não é a mesma coisa de determinado comércio que não trabalha com colecções onde se trabalha e vende-se e o que não se vender este ano está-se a vender para o ano e as coisas são sempre actuais. Nós não, nós temos um alvo. Por exemplo nesta altura se não faz frio, não se vende. Vamos vender quando? Na altura dos saldos? Não se está a ganhar dinheiro, porque os saldos não são para ganhar dinheiro, são para desempatar cartão.

G - E agora com o aparecimento de novos centros comerciais, acha que a solução vai passar por investir nesses centros?

C - É assim, eu não sei quais os preços de compra e venda para os centros comerciais que vão aparecer. Costumam ser compensadores, mas normalmente eu não acredito neste centro comercial aqui em Tavira. [ Uma vez ou outra ainda me dá e penso: “ Ui, este centro comercial vai ser um mimo para a cidade!”. Mas normalmente não, não acredito nem sei se vou acreditar quando o vir. ]

G - Acha que o comércio chinês lhe tira clientela? Que eles andam aí…

C - Sei lá… Acho que pode tirar um bocadinho… Epá nem que seja na meia, pronto. Nem que seja na meia.

G - O comércio chinês tira na meia, portanto? [ tão quentinha aquela peúga made in china sabe-se lá com o quê… ]

C - Exactamente. Nem que seja numa coisa dessas, não é? Eu não vou ao chinês, tu não vais ao chinês, mas há muita gente que vai. Se tu lá compras umas calças de ginástica a 5 euros, não vais comprar a 20 aqui.

G – Pois está claro. Tempos difíceis.

C - Pronto, portanto tira. Provavelmente tira. E acaba por não ser bom para o outro comércio…Não só por tirar, mas pela própria apresentação das coisas. Não há qualidade. Não há apresentação…não há apresentação. Pronto, qualidade. Também não quer dizer… que nós muitas vezes temos coisas, que umas têm mais, outras têm menos qualidade. Mas não há é apresentação, não há cuidado e depois às tantas já temos tido tantas coisas e nós vimos que é um bocado remar contra a maré. Por outro lado, epá basta o pessoal ter tudo ao monte e pronto.

[ para aqueles que não perceberam nem se preocupam em tentar, o que perfaz, noves fora, todos, aqui fica a tradução: não há apresentação nem qualidade, pelo que o restante comércio também é deplorado. A falta de cuidado por parte dos ditos - chineses - piora a situação geral. ]

G - Pois. E voltando à questão anterior, quando falou da parte de não se poder vender as coisas nos saldos… Por exemplo, a abertura da sua outra loja, a mais pequena, foi uma estratégia para combater isso?

C – o objectivo daquela loja é assim, tudo o que nós temos em stock fica parado, portanto, o que lá está é o que ficou da colecção passada. Se não fizesse aquela casa as coisas estariam em armazéns, dentro de caixas, e quando fosse a altura dos saldos iriam juntar-se às outras coisas. Assim está a rodar [ É mais uma voltinha… Menina bonita não paga! ]

G – Ok.

C - Esse é o objectivo final: combater os chineses!

( risos )

[ Aaahhhh…que manhã bem passada. Chá, bolos e mal - dizeres sobre os chineses. Se isto não é vida não sabemos o que será ]

G - O que é que acha das alterações de trânsito que se têm feito aqui no centro da cidade? Têm influenciado muito?

C - Essa pergunta tem muito a ver com o que se ouve por aí.

G - É capaz, mas temos de a fazer. [ ter não temos mas também não temos mais nada para fazer ]

C - É assim, eu o que posso dizer é… nesta loja… quando isto passou a pedonal melhorou. Pronto.
Aqui, trabalhamos de maneira completamente diferente da outra loja. És capaz de trabalhar muito bem hoje e a outra pode não trabalhar. Vendemos muitas vezes coisas diferentes. Eu vendo mais, se calhar, o bocadinho que é mais radical e…

G - … além é mais desportivo.

C - Além é mais o desporto sim. E pronto.
Em relação ao trânsito daquele lado, epá não posso dizer com certeza mas … teve alguma influência. As pessoas ficam mais longe e querem ficar mais perto, só querem é ficar mais perto. E epá , nem que seja já ali andar um bocadinho já custa muito, pronto.

G - Mais perto então. E perspectivas para o futuro?

C - Muito bem obrigado.

( risos )

C - Opá, pois… vamos ver, vamos ver.

G - É esperar não é?

C- Pois, é esperar.

G - E esperar quanto tempo? 10 anos?

C – eh laaaaa…. 10 anos só se forem de cão que eu não tenho paciência para esperar tanto.

G – Ah…se é por causa da paciência então uns dois anos já é melhor.

C – Já, já é muito bonito.

[ realce-se que as últimas 4 falas não existiram e que isto não foi escrito por texugos ]

G - Avizinha-se um bom natal?

C - O Natal é em Dezembro…

( risos )

G - Ui. Mas segundo os centros comerciais é já.

C - Se não for pior que o ano passado, já é bom.

G - Ok. Muito obrigado pela disponibilidade.

C – De nada e voltem sempre.


Na próxima quarta há mais. Até lá.


P.S: a identificação do estabelecimento/indivíduo entrevistado foi consentida pelo mesmo.